Tuesday, September 09, 2008



Ainda na onda da insegurança, violência e criminalidade há outra coisa que me preocupa. Lisboa é uma cidade multicultural, onde diferentes etnias se encontram e até agora têm convivido relativamente bem, sem grandes incidentes. Crimes de ódio não são uma grande marca da nossa cidade, relativamente tolerante. E digo relativamente porque há, sei que há, muita intolerância, xenofobia e racismo, bem mais do que deveria de qualquer modo. E é isso que me preocupa.

Quando as pessoas se sentem inseguras, também perdem parte da sua razão, aliam-se aos seus preconceitos e criam medos que alimentam preconceitos, a força dos estereótipos cresce e o que a balança tenta manter equilibrado perde-se. Temo que cresçam novos grupos, seitas e xenofobias. Preconceito é como um demónio que se alimenta de pequenas coisas, nunca esquece e acumula sempre, à espera de um breaking point.


Quem não sabe aponta o dedo a quem não conhece.


[foto @ museu henry ford, Ann Arbor, MI - antes de Martin Luther King]

4 comments:

Marta said...

Tens toda a razão... Infelizmente, toda esta situação é como uma bola de neve: quanto mais as pessoas se sentem ameaçadas, mais ansiosas ficam e com maior vontade tentam encontrar um bode expiatório. E não raramente erram e marginalizam qualquer pessoa que se lhes pareça diferente, que possa ser "a razão de todo o mal". Foram os brancos, foram os pretos, foram os brasileiros, foram os de leste! É o que mais se ouve por estes dias, e estes comentários não são mais que demonstrações de racismo, de xenofobia e de desigualdade social! Enfim... Tenho pena que as pessoas não percebam que quanto mais marginalizarem, mais se irão sentir marginalizadas e maior será a insegurança em que vivem, poiis desconfiam de tudo e todos. "Quem não sabe aponta o dedo a quem não conhece!"

Marta said...

PS: excedi-me um pouco... Sorry =D
(*pois...) Beijinho

manuhell said...

o espaço é teu! lool estás a vontade para te exceder =)

teresa said...

é um bocado isso que se vê nos estados unidos. o uso da luta contra o terrorismo, do medo que as pessoas têm de ser atacadas, para lhes retirar alguns direitos e liberdades, e também para fomentar actos racistas contra certos grupos, por exemplo, ligados ao islamismo.

há que ter muito cuidado para não deixar que isso passe, mas também é preciso estar muito atento para nos apercebermos dessas "oportunidades".